Dia Nacional da Capoeira

Besouro Mangangá (Aílton Carmo) no filme “Besouro”

A Capoeira que é vista nas ruas e ladeiras de Salvador, tem a sua história relacionada à opressão. Essa dança que se mistura com as artes marciais, surgiu com a implantação da escravidão no Brasil , por volta de 1538.

O nome “capoeira” tem origem nos terrenos que tinham seu mato queimado e não apresentam vegetação crescente. Era nesses espaços que as pessoas escravizadas tinham condições favoráveis para praticar e aperfeiçoar suas técnicas.

Os africanos que foram trazidos, preservaram e transmitiram, os costumes, os rituais religiosos e as danças que serviriam como base para a Capoeira como conhecemos. 

A arte foi sendo aprimorada, ganhou movimentos de ginga, saltos e chutes e serviu para defesa pessoal de seus praticantes. Principalmente no momento das fugas, quando precisavam enfrentar os  “capitães-do-mato” – que se apresentavam como obstáculo para a liberdade. O que começou como uma dança comemorativa teve sua eficácia comprovada na forma de vitória em diversas batalhas, seja em relação à opressão social da época ou em Guerras como a do Paraguai.

Atualmente a Capoeira é reconhecida pela lei  12.288 de 2010 como Desporto de Criação Nacional e possui duas variações: A capoeira Angola e a Regional. 

O jogo de capoeira Angola é recheado de sagacidade, mandinga e elegância de movimentos que seguem o ritmo tocado pela orquestra. Um dos mestres mais conhecidos é Vicente Ferreira Pastinha – o Mestre Pastinha. Discípulo do mestre africano Benedito. Pastinha dedicou sua vida aos ensinamentos da capoeira em sua academia no Pelourinho (Centro Esportivo de Capoeira Angola). Além de ensinar ele também se preocupava em desfazer o preconceito em relação a capoeira – herança do período pós-abolição,  onde a capoeira foi proibida e seus praticantes tipificados como desordeiros.

Na década de 30, Manoel dos Reis Machado – o Mestre Bimba – após 14 anos cercado com os ensinamentos da capoeira Angola, decidiu criar a Luta Regional Baiana. Hoje é conhecida como “Capoeira Regional”, uma linha aperfeiçoada da capoeira Angola, com cerca de 52 golpes. Mestre Bimba, através na sua nova linha de ensino da capoeira, incluiu mulheres e posteriormente pessoas brancas e de outras classes sociais. Ele também exigia que os seus capoeiristas estivessem trabalhando ou estudando, e exigiu também que todos jogassem com uniforme branco, como forma de demonstrar higiene, e para diminuir o preconceito e ampliar a divulgação da cultura. 

A Capoeira foi uma das formas que as pessoas escravizadas e seus descendentes, se valeram para afirmar sua identidade e no dia de hoje tem a prática e seus praticantes celebrados. Viva a capoeira e os capoeiristas!

*Texto adaptado do Portal Geledés.

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